Como de costume de todas as manhãs em minha casa, leio os jornais, Folha de São Paulo e Estadão. E os artigos que me interessam vou recortando e aglomerando em minha caixa de vime, até resolver trazer para a galeria e discutir com o pessoal. As vezes tais discussões não acontecem, por falta de tempo, na correria diária da galeria, são artistas, portfólios para ver, obras, fotos etc.
Bom, foi nesse vai e vem de falta de tempo para filosofar, um pouco diante da nossa realidade, que resolvi fazer esse blog. Assim eu escrevo, e a discussão será ampliada a quem quiser ler e discutir. É sempre bom uma brecha para olhar um pouquinho para o mundo e, ver o que está acontecendo em outros paises, cidades e quem sabe, mudar nosso olhar para a realidade.
Li hoje no caderno Cotidiano C2 da Folha, um texto do Rubem Alves, entitulado “Onde Mora a Inteligência”. Este texto me chamou atenção, pois leio muito Bergson e, em seus livros se dicute muito sobre a inteligêcia. Por tanto é um assunto que vai de encontro com as minhas leituras.
Me deparei com uma leitura bem diferenciada, uma outra forma de abordar um tema com o qual estou bem habituada a ler, que é inteligência. Diferente pelo menos em um de seus aspectos, como ativar a inteligência que esta em nossa memória histórica e na criatividade?
Rubem Alves, retorna a sua antiga escola em Portugal e se depara com uma frase de uma garota: “O real não esta na saída nem na chegada, ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Até então ele não havia pensado, a escola e seus professores, por esse ângulo.
Lembrou-se de seus anos no ginásio e a pedagogia dos professores em ensinar. Os professores ensinavam o que já estava pronto e queriam ver os resultados nas provas, tudo era decorado e pré induzido em nossas cabeças. Aí surgiu a frase da garota, e o durante? e a travessia? Pois na chegada a inteligência dormia, onde estavam os argumentos sobre a raiz quadrada? Quantas vezes o matemático errou para chegar ao resultado? Onde está o pensamento? A física, a geometria, as ciências? Como descobriram, quais as hipoteses levantadas, os camimhos que os levaram a pensar tais formulações? Onde esta a travessia, o durante? O professor não ensinou.
Os professores não percebem que esquecendo a travessia, apenas ensinando na chegada, formam alunos com uma memória musculosa e uma inteligência flácida. A arte de pensar, se ensina, fazendo a inteligência seguir o caminho da travessia, com todos os seus erros e enganos.
Loly Demercian
Loly Demercian
Viva a travessia travessa
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