sexta-feira, 7 de outubro de 2011

DIÁLOGOS POSSÍVEIS: O TEMPO E A DURAÇÃO NA VÍDEO-INSTALAÇÃO


DIÁLOGOS POSSÍVEIS:
O TEMPO E A DURAÇÃO NA VÍDEO-INSTALAÇÃO
Roseli C. M. R. Demercian[1]
RESUMO
Na busca de novos meios técnicos na arte e no engajamento estético cultural, com uma linguagem plástica contemporânea, a vídeo-instalação manifesta um veículo de registro midiático de transmissão de uma realidade vivida. A existência de outros meios transmissores do pensamento artístico na sociedade contemporânea, como, por exemplo, as novas mídias, nas quais se evidencia uma gama complexa de referências de culturas partilhadas, descortina-se uma inovadora e peculiar visão de mundo. Atualmente não é possível conceber que arte sobreviva por ela mesma, sem gerar reflexos e se relacionar com o meio social.  Não há como imaginar que a produção artística possa estar dissociada da evolução sócio-cultural de um povo e de uma nação; não se pode conceber a arte sem um projeto de formação fundamental do próprio cidadão, atenta à diversidade de signos que compõem a intrincada pragmática da comunicação humana.
Palavras-chave: Vídeo-instalação. Bérgson. Tempo. Imagem. Duração.


Num exercício prognose-póstuma de memória, percebe-se a evolução das tecnologias eletrônicas e digitais, que foram introduzidas há muito tempo nas artes e,  consequentemente, em nosso cotidiano. Constata-se a existência de diversos meios transmissores do pensamento artístico na sociedade contemporânea, como, por exemplo, as mídias, nas quais se evidencia uma gama complexa de referências de culturas partilhadas e uma original visão de mundo.
Atualmente não é possível conceber que arte sobreviva por ela mesma, sem gerar reflexos e se relacionar com o meio social.  Não há como imaginar que a produção artística dissociada da evolução sócio-cultural de um povo e de uma nação; não se pode conceber a arte sem um projeto de formação fundamental do próprio cidadão, atenta à diversidade de signos que compõem a intrincada pragmática da comunicação humana.
Susan Sontag, em seu livro On Phothography, ao abordar esse tema, estabelece que:
[...] na arte contemporânea a realidade das mídias, assim como antes a realidade da natureza, também incita o artista a reflexão de um mundo presente de signos e aparência. A arte moderna começou a questionar a natureza como superfície da experiência sensível. A arte contemporânea prossegue essa analise com interrogação das mídias técnicas que produzem uma realidade de informação própria entre nosso olhar e o mundo (BELTING. Ano. p. 243).

Nesse sentido, a pesquisa em arte é realizada hoje como uma discussão mais reflexiva, isto é, a forma pela qual essas linguagens podem traduzir nossa realidade. Tal reflexão é possível porque a imagem feita por mídias segue a mesma estrutura da linguagem verbal. Na vídeo-arte, essa estrutura não existe, seu conteúdo é próprio e com uma estética de  linguagem não-verbal.
No caso das imagens, geralmente há um arquivo, uma memória técnica, um conceito de tempo, que o artista utiliza sem roteiros, sem estrutura específica, diferentemente da televisão e da internet. 
Ele reinventa essa experiência, traduzindo através das mídias, novas experiências. O artista quebra barreiras temporais e espaciais e “brinca” com os meios tecnológicos num contexto crítico. Brinca, porque na internet e nas mídias eletrônicas em geral a informação é veloz, o consumo é oco e a leitura vertical, pois, horas depois, não nos recordamos de nada que vimos ou lemos; ou seja, é uma leitura cega, praticamente sem consciência. Trata-se de um vazio de matéria ou de um vazio de consciência (cf., nesse sentido: BERGSON, 2006. p. 247).
É nessa ilusão que temos de consciência que a vídeo-instalação cria e recria, leva-nos a refletir sobre o que vemos e sobre o nosso tempo, a nossa consciência das coisas vividas.
Hans Belting, no texto sobre arte multimídia, diz que essa representação de arte (vídeo-instalação) confronta a velocidade das mídias, com a lentidão do olhar; a interpretação aberta toma o lugar da comunicação ou informação fechadas; as perguntas pacientes, o lugar de respostas impacientes. Como dizia Bergson:
O que se percebe, é a presença de uma coisa ou de outra, jamais ausência do que quer que seja. O que verificamos em nós são ainda fenômenos que se produzem, e não evidentemente, fenômenos que não se produzem; é a presença do objeto, jamais ausência. (1979. p. 246).
Dentro dessa mesma ótica, os artistas plásticos Mauricio Dias e Walter Riedweg desenvolveram projetos tendo por objeto a questão da imigração. O imigrante, assinalam, é aquele que se desloca não só no espaço geográfico, mas no espaço de tempo, restaura a complexidade da vida e adensa o grau de percepção das pessoas em relação à sua realidade[2].
Dias e Riedweg escolheram a vídeo-instalação para documentar, registrar e transpor de maneira criativa, suas liberdades de expressão e movimentação, onde exploram distâncias temporais e espaciais.[3]. Esses autores apresentaram, em 2007, durante a Documenta 12 em Kassel[4] na Alemanha, e, em 2009, no Instituto Tomie Othake em São Paulo, a vídeo-instalação Funk Staden. Nela colocaram à luz a questão do tempo e do espaço. Como se trata de uma vídeo-instalação é uma arte espacial, ou seja: só existe enquanto está montada. Isso significa que:
A imagem é um estado presente, e só pode participar do passado através da lembrança da qual ela saiu [...]. Se a consciência não é mais que característica do presente, ou seja, do atualmente vivido, ou seja, enfim, do que age, então o que não age poderá deixar de pertencer a consciência sem deixar necessariamente de existir de algum modo. (BERGSON, 2006. p.164).
Dias e Riedweg, na referida vídeo-instalação, abordam num instante o fluxo do tempo porque Bergson acredita que, dado que tudo está mudando o tempo todo, o fluxo do tempo é fundamental a toda realidade; a alteridade; a história, que se faz necessária para a própria continuidade do tempo, a lentidão do olhar, que nos faz parar e refletir, e, principalmente, o fenômeno, que se produz no espaço ou pelo menos no tempo, e que ela implica ainda a evocação de uma imagem, impedindo de desaparecer sem ser logo substituído (BERGSON, 1979, p. 249).
A imagem abaixo (figura 1) é um tríptico de vídeo-instação. Retrata, inicialmente, a modernidade do Século XVI, por meio de uma gravura (no centro), na qual se vê Hans Staden[5], observando indígenas brasileiros praticando antropofagia, e, paralelamente a essa gravura, dois vídeos de um morro do Rio de Janeiro.

Figura 1: Fotografia do Tríptico.



Figura 2: Hans Staden (ao centro e com barba), destaque da gravura do tríptico
Fonte: <www.wikepedia.com>

Nas laterais do tríptico, há de um lado, mulheres dançando Funk, e, de outro, homens comendo churrasco e dançando com essas mesmas mulheres (figura 3), fazendo uma analogia com antropofagia e, ao mesmo tempo, sugerindo a violência do morro e suas complexas relações sociais.



Figura 3

Ao retratar o  universo do Baile Funk no Rio de Janeiro, Dias e Riedweg revisam a questão da percepção sobre a diversidade cultural no curso do tempo.
A história se repete, ela é substituída com outros fenômenos, apreendida no inconsciente, no domínio da consciência[6]. Todo real é atual. O espaço nos fornece assim, de uma só vez, o esquema de nosso futuro próximo. A criatividade na arte transcende, portanto, o indivíduo, e Bergson atribui esse valor à própria intuição, porque ela está no espaço do tempo, naquilo que é virtual.[7]
É uma forma de representação do conhecimento, já que é anterior ao conceito, que penetra no objeto de modo imediato, quer dizer, entre arte e vida, passado no presente, nesse fluxo de continuidade, e impedir a banalização da existência, um vai-e-vem contínuo entre natureza e o espírito (BERGSON, 1979: 210).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERGSON, Henri. Matéria e Memória (tradução Paulo Neves). São Paulo: Martins Fontes, 2006.
_________.A Evolução Criadora. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
COUCHOT, Edmund. A Tecnologia na Arte: da Fotografia à Realidade Virtual. Porto Alegre: UFRGS, 2003.
HANS, Belting. O Fim da Historia da Arte (tradução de Rodnei Nascimento). São Paulo: Cosac Naif, 2006.
MARSHALL, Macluhan. Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem. São Paulo: Cultrix, 1974.
MITCHELL, W.J.T. (org). The Language of Images. Chicago, 1974.
PILLAR, Analice Dutra (org). A Educação do Olhar. Porto Alegre: Mediação, 2001.
STRAUSS, Levi C. Olhar, Escutar, Ler. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

SITES:
Biografia de Hans Staden. Disponível em <www.wikepedia.com>, acessado em 15.05.2010.
VídeoBrasil. Disponível em <www.sescsp.org.br/SESC/videobrasil/site/dossier>, acessado em 15/03/2010.



[1] Mestranda (Doutoranda) do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
[2] A condição de imigrante permeia não apenas as escolhas de vida de Maurício Dias e Walter Riedweg, mas principalmente suas posições artísticas e políticas. Entre os anos 1980 e 1990, Maurício Dias viveu como imigrante na Europa. Foi o tempo em que, desacreditado do sistema da arte como um lugar possível para a expressão poética, deu um giro na posição que ocupava como artista plástico, trocando uma produção em pintura e desenho por ações então estrangeiras ao campo da arte. Do encontro com Walter Riedweg, atuante nas esferas do teatro, da música e da performance, surge uma prática coletiva e híbrida, apoiada sobre um projeto a uma vez estético, cultural e político. Um trabalho que, como aponta a crítica e curadora francesa Catherine David, no texto Do próximo e do distante: algumas notas sobre o trabalho de Dias & Riedweg, “nos convida a repensar a relação entre estética e política e a questionarmos politicamente as práticas artísticas”. De fato, a cada trabalho realizado, dispositivos são renovados no sentido de buscar uma nova percepção da realidade, algo parecido ao frescor do primeiro olhar sobre o mundo.
[3] Embora os meios de produção de imagens dêem indícios de uma intencionalidade, a hibridação dos meios é uma tendência da arte contemporânea (PILLAR, 2001).
[4]    Documenta é uma exposição de arte contemporânea que acontece a cada cinco anos e que torna Kassel, Alemanha, um museu a céu aberto por três meses.
[5] Hans Staden foi um aventureiro mercenário alemão. Por duas vezes Staden passou pela América Portuguesa no início do século XVI, onde teve oportunidade de participar de combates na Capitania de Pernambuco e na Capitania de São Vicente, contra corsários franceses e seus aliados indígenas. De volta à Europa, redigiu um relato sobre as peripécias em suas viagens e aventuras no Novo Mundo, uma das primeiras descrições para o grande público acerca dos costumes dos indígenas sul-americanos. O livro é intitulado "Warhaftige Historia und Beschreibung eyner Landtschafft der wilden, nacketen, grimmigen Menschfresser Leuthen in der Newenwelt America gelegen" e foi publicado em Marburgo, Alemanha, por Andres Colben em 1557. Chama-se comumente "Duas viagens ao Brasil". Tal livro conheceu sucessivas edições, constituindo-se num sucesso editorial devido às suas ilustrações de animais e plantas, além de descrições de rituais antropofágicos e costumes exóticos (WIKIPÉDIA).

[6] No inconsciente, segundo Bérgson, as coisas já existem, de algum modo, e uma vez que, por hipótese, sua consciência não as apreende, como poderiam existir em si a não ser no estado inconsciente?  (BERGSON, 2006.  p.167).
[7] O passado é virtual (inconsciente) ele coexiste consigo como presente.







quinta-feira, 14 de julho de 2011

Profanações- Giorgio Agamben

Resenha:
Profanações- Giorgio Agamben

Segundo o autor , profano, é aquilo que , de sagrado ou religioso que era, é devolvido ao uso e a propriedade dos homens.
Quer dizer, é aquilo que deixou de ser sagrado , ou ainda, da ausência deste. Perder o sagrado é perder a totalidade de mundo. Digo isso porque profanar significa restituir o uso comum , o que havia sido separado na esfera do sagrado. Tornou-se improfanável, fragmentado, onde o sacrificio, tornou-se mercadoria, como o corpo , a sexualidade, a linguagem, esta na esfera do consumo.
Walter Benjamin discorrendo sobre modernidade disse que, o valor da exposição, quer dizer, o corpo exposto para as câmeras, como um espetáculo, com a perda da aura, banalizando o improfanável. E Marx na oposição, entre o valor de uso e valor de troca,  a exposição vazia do resto, e Nietzsch, com a morte de Deus e nas conseguências dessa morte. Diz que a negação do mundo supra-sensivel ( como Kant defendia) e dos valores que o contituem acarreta o esvaziamento do  mundo sensível, que se vê privado de consistencia e de razão de ser- niilismo- a vida humana se tornaram caducos.
O presente em que estamos vivenciando as nossas experiencias humanas nos mostra a total descentralização do que somos.
O individualismo, a massificação , acabou com nossa subjetividade, liberdade. Nos remete a perda do sagrado, que significa a indigência do tempo.
Mas é exatamente aí, nessa esfera da profanação – na ausência do ser, surge a necessidade do diálogo, é preciso que haja tal perda para se traçar o caminho do sagrado.
Numa linguagem autenticamente trágica, o original, o que está sempre a cria-se, é o surgimento do individual, e é através desses jogos de seduções e de profanações que fotografos, cineastas, poetas utilizam-se para expressar e interpretar o nosso modo de viver, da nossa época. A profanação do improfanável é a tarefa política da geração que vem.


Loly Demercian

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Discorrendo sobre o Grafite

Segundo Bauman, numa sociedade liquida-moderna, as realizações individuais não podem solidificar-se em posses permanentes, porque, num piscar de olhos os ativos se transformam em passivos e as condições de ação e as estratégias de reação, envelhecem rapidamente e se tornam obsoletas.
Seguindo esse raciocínio, observo o grafite, nas ruas, nas esquinas, nas casas abandonadas, nas industrias esquecidas, na periferia, na cidade... na galeria de arte.
Mas a questão é o conceito, seria arte expandida, como muitos críticos a definem? Fine art, como esta sendo chamado? Vejo que não, pois a arte expandida tem como  canones a história da arte,  o discurso  é definido na arte, coisa que o grafite não , ele é bem indefinido; Campo ampliado? não, porque ele não tem territórios e não se instaura em lugar nenhum; Arte híbrida? Não, porque ele não tem plasticamente várias produções, a manufatura não é retirada da história da arte; Desenquadramento da arte? Não porque ele não tem como conceito algo palpável, do estático, não existe nem modelo e nem uma idealização de um  mundo.
Então o que  define o grafite na contemporaneidade? 
Seguindo o raciocínio de Bauman, em que as ações e as estratégias de reação envelhecem rapidamente e se tornam obsoletas, o grafite é essa ação, porque a cada segundo, a cada minuto uma parede é pintada, assim, como ela é destruída, demolida. Tudo que se pintou, transformou-se em pó. As técnicas mudam a cada dificuldade que o grafite exige. Os desenhos, os riscos, nada pré-definido, mesmo que queiram marcar o gestual, como uma grife, que é digno, porque somos humanos, queremos dar nossa assinatura como existência que estivemos aqui...
Essa é a palavra...existência...tudo se torna obsoleto. A existência, precisamos dela, mesmo que em si, mesmo que sendo. É o aqui, é sendo vivido, ora se ela é sendo , no gerúndio, como podemos dar nomes, se ela é o agora?
É nessa ilusão que temos da consciência, que o grafite cria e recria, leva-nos a refletir sobre o que vemos e sobre o nosso tempo, a nossa consciência das coisas vividas.
Termino citando Bergson: "A Imagem é um estado presente, e só pode participar do passado através da lembrança do qual ela saiu. Se a consciência não mais que característica do presente, ou seja, do atualmente vivido, ou seja, enfim, do que age, então o que não age poderá deixar de pertencer a consciência, sem deixar necessariamente de existir de algum modo."

Loly Demercian

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Poesia Concreta no Brasil

Neste link tem uma pequena publicação, feita em 2006, em comemoração aos cinqüenta anos da poesia concreta no Brasil. Texto de leitura fácil e nos coloca por dentro do que foi esse movimento no Brasil, com bastante ilustrações e registro de anotações. Vale a pena dar uma conferida!

http://www.cultura.mg.gov.br/arquivos/SuplementoLiterario/File/sl-poesia-concreta.pdf

terça-feira, 28 de junho de 2011

Para começar esse blog, falarei sobre Educação

   
  Como de costume de todas as manhãs em minha casa, leio os jornais, Folha de São Paulo e Estadão. E os artigos que me interessam vou recortando e aglomerando em minha caixa de vime, até resolver trazer para a galeria e discutir com o pessoal. As vezes tais discussões não acontecem, por falta de tempo, na correria diária da galeria, são artistas, portfólios para ver, obras, fotos etc.
Bom, foi nesse vai e vem de falta de tempo para filosofar, um pouco diante da nossa realidade, que resolvi fazer esse blog. Assim eu escrevo, e a discussão será ampliada a quem quiser ler e discutir. É sempre bom uma brecha para olhar um pouquinho para o mundo e, ver o que está acontecendo em outros paises, cidades e quem sabe, mudar nosso olhar para a realidade.
Li hoje no caderno Cotidiano C2 da Folha, um texto do Rubem Alves, entitulado “Onde Mora a Inteligência”. Este texto me chamou atenção, pois leio muito Bergson e, em seus livros se dicute muito sobre a inteligêcia. Por tanto é um assunto que vai de encontro com as minhas leituras.
Me deparei com uma leitura bem diferenciada, uma outra forma de abordar um tema com o qual estou bem habituada a ler, que é inteligência. Diferente pelo menos em um de seus aspectos, como ativar a inteligência que esta em nossa memória histórica e na criatividade?
Rubem Alves, retorna a sua antiga escola em Portugal e se depara com uma frase de uma garota: “O real não esta na saída nem na chegada, ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Até então ele não havia pensado, a escola e seus professores, por esse ângulo.
 Lembrou-se de seus anos no ginásio e a pedagogia dos professores em ensinar. Os professores ensinavam o que já estava pronto e queriam ver os resultados nas provas, tudo era decorado e pré induzido em nossas cabeças. Aí surgiu a frase da garota, e o durante? e a travessia? Pois na chegada a inteligência dormia, onde estavam os argumentos sobre a raiz quadrada? Quantas vezes o matemático errou para chegar ao resultado? Onde está o pensamento? A física, a geometria, as ciências? Como descobriram, quais as hipoteses levantadas, os camimhos que os levaram a pensar tais formulações? Onde esta a travessia, o durante?  O professor não ensinou.
Os professores não percebem que esquecendo a travessia, apenas ensinando na chegada, formam alunos com uma memória musculosa e uma inteligência flácida. A arte de pensar, se ensina, fazendo a inteligência seguir o caminho da travessia, com todos os seus erros e enganos.


Loly Demercian

Objetivos


Hoje vamos abrir um espaço para discussão sobre Historia da arte contemporânea, e o mundo que o circunda, podem postar comentários e resenhas sobre assuntos pertinentes a nossa realidade vivida, sobre política, economia, direito, sociologia, filosofia, antropologia, comunicação, jornalismo, propaganda, arte digital, artes em geral, desde de cinema a literatura e música.
   Não importa o assunto, mas desde que seja relevante ao nosso entendimento de mundo. Da nossa real situação para uma formação de uma identidade planetária.